“Cinema nacional não é só uma ‘comediona’”, diz Denise Fraga

  • Por Jovem Pan
  • 12/02/2016 11h48

Atriz participou do programa Morning Show nesta sexta-feira (12)

Bruna Piva / Jovem Pan “Me apavora isso de visualizações e curtidas”

Até o próximo dia 10 em cartaz com a peça “Galileu Galilei” em São Paulo, Denise Fraga é só sorrisos ao comentar sobre o enredo da trama, escrito por Bertolt Brecht (1898-1956) e que deverá viajar pelo país nos próximos meses.

“É um dos textos mais incríveis da dramaturgia, é a história desse homem extraordinário, que teve que negar aquilo que ele acreditava para não ser queimado na fogueira pela Inquisição. Ele pega essa questão de poder e abre uma árvore de reflexões, que nos faz pensar em vários níveis, existem vários pontos de identificação na peça. Quem de nós não é Galileu e precisa negar aquilo em que acredita no seu dia a dia? São várias as nossas concessões”, considerou, em entrevista ao Morning Show nesta sexta-feira (12).

Prestes a estrear também no cinema com o “De Onde Eu Te Vejo”, no início de abril, a atriz adiantou um pouco do que esperar: “Estamos muito felizes! É um filme muito querido e que tem participações especialíssimas, é um ‘elecão’. A história tem um paralelo com a cidade de São Paulo, de um casal que está se separando e que mexe com o coração da gente. O mais interessante é que nas sessões experimentais, três homens choraram, um sinal e tanto, porque é uma coisa que pega de qualquer pessoa que tenha tido um relacionamento”.

Mesmo exaltando outros gêneros, Denise gosta de trabalhar em produções que tenham veia humorística com uma certa pitada de drama, provocando reações diversas no público, mas critica a padronização de algumas comédias nacionais, que não visam o humor em si, mas apenas a arrecadação das bilheterias.

“Qualquer ideia pode ser comunicada de forma bem humorada, o bom humor é um grande veículo. Ele puxa pela inteligência, faz você ficar mais afiado para a compreensão, acho legal quando você consegue emocionar e é um terreno que eu gosto de trabalhar, nos meus últimos trabalhos todos tem esse misto de comédia e drama. O cinema nacional não é só uma ‘comediona’, tem ótimas, mas tem muitas que são essa tentativa só de ganhar dinheiro, já na construção do roteiro. E não acho que a nossa profissão seja isso, a gente não escolhe ser ator para ganhar dinheiro. Não é fácil. Se você quer o status, a coisa da capa de revista, talvez você se decepcione”, completou.

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